sábado, 23 de agosto de 2008

Agora a sério...


Ainda se lembram da primeira vez que viram um Lamborghini ao vivo? Aquela sensação de "Uau!" e com os olhos mais abertos que o gato do Shrek? Nós também nos lembramos. E para nos lembrar do rapazinho de 8 anos que há em cada um de nós, vamos a todas as edições do Salão Internacional do Automóvel e do Motorclássico. Mas o que acontece quando queremos algo crescido, distinto e confortável para as costas? Bem, eu ainda não cheguei lá, e pelos vistos o David com a sua fantasia de Lawrence da Arrábida e paixão pelos Land Rover também vai demorar um pouco. O Duarte não está mais perto, pois se ele fosse mais velho as curvas num Lotus Elise de certeza que lhe desmontavam a coluna vertebral. Mas e se tivéssemos mesmo de pensar num futuro de horas de viagens de negócios e férias e... Erm... Golf?

Bem, se calhar golf não. Mas e que tal algo que fique bem no estacionamento do Fairmont de Monte Carlo? Algo que diga mais do que "crise de meia idade"? O problema é que é preciso escolher com muito cuidado. Eu mostro-vos.


Um Aston? Não. Os futebolistas quase que estragaram a imagem. Pensam que o bom gosto se encomenda de uma fábrica em Gaydon, depois trocam as jantes por algo que até um rapaz de 11 anos que jogue Need For Speed acharia feio.

Um BMW 760i? Vá, vocês têm melhor gosto que isto! Infelizmente o Sr. Bangle continua a borrar a pintura para os verdadeiros fãs dos BM's como o magnífico E39 M5.

Um Audi A8? Quem é que pensam que são, o Jason Stathan num filme de acção? Antes o BMW que este Volkswagen glorificado.

O Volkswagen Phaeton? Sim, é confortável, é rápido... Mas por mais que digam a vós próprios que não escolhiam o Bentley Continental GT, sabem que no fundo o emblema conta muito. Mesmo.

Ferraris? Lamborghinis? Maseratis? Zondas? Nem falem neles!

Nada disso. Os únicos carros que podem considerar sem parecerem o Peter Stringfellow são os que, embora melhores que os anteriores, se vêem muito menos. E há uma razão para isso. São um gosto adquirido, requerem um paladar apurado, um nariz de sommelier. Como por exemplo o Bentley Brooklands e o Mercedes CL 600.

O mais provável é que quando virem algum destes carros na rua, se olharem para o volante vão ver um tipo nos seus 60 anos, com alguns cabelos brancos no que outrora fora uma farta cabeleira e um relógio cujo nome practicamente ninguém sabe pronunciar no pulso. Mas olhem bem para ele. Está vestido como um tipo de 30 anos? Não. Ali está um homem que amadureceu, mas não perdeu o contacto com a realidade. Sabe que está mais velho, e que não tem idade para brincadeiras juvenis... Mas que gosta de brincar com o pé direito de vez em quando!

Comecemos pelo Bentley. Senhores, estejam descansados. Neste o Cristiano Reinaldo nunca vai tocar. Nunca. É demasiado quadrado, demasiado grande e demasiado imponente. Ele iria assustar as tipas que estava a tentar engantar se aparecesse ao volante do que é um bom pedaço da Grã-Bretanha com rodas. O Brooklands é um colosso de quase 5 metros que faz os 0-100 km/h em 5 segundos. Isto porque se descerem dois deques até à casa das máquinas encontram o V8 6.75 l com dois superchargers, o que leva o Bentley "Ark Royal" até aos 296km/h com a ajuda de 530 cv e uns estonteantes 1050 Nm. Se não conseguem ter noção do que são 1050 Nm, imaginem a força que é precisa para mover a terra sobre o seu eixo. Agora dividam por dois. Mais ou menos isso.





O HMS Brooklands. Bem-vindo abordo.



Os interiores não ficam atrás. Mais luxuoso que o quarto de um magnata do petróleo, e três vezes mais bonito. Madeira e couro até perder de vista. Mas nunca overstyled. Conforto? Digamos que mesmo se tiverem o pior caso de hemorróidas na história da medicina vão sentir-se confortáveis. E depois há o pormenor de um pequeno botão Sport. Num Bentley? Sim. Aqui entra a parte da diversão do pé direito do Lord Cabelos-Brancos. E essa também a há aos molhos.


Mas há um senão. De facto há mais se o vosso orçamento apenas chegar para, digamos, um Hyundai Accent, o L123 ou um par de ténis desconfortáveis. Para além do preço - que não vou mencionar porque roça o obsceno e os jovens leitores não devem ser expostos a tal coisa - temos a exclusividade. Apenas 550 exemplares. E se virem bem, são apenas mais 50 que o eróticamente lindo Alfa Romeo 8C. O que me leva ao segundo carro que vos quero mostrar.


Sim, é feito pelos alemães. E eles perderam duas guerras seguidas. Mas no que toca a por tudo no sítio, são os tipos ideais. Afinal, o Bentley é montado por mãos pagas com dinheiro VW. Mas o CL é mais do que apenas uma banheira cara e mole. É um carro a sério.


Se não fazem ideia de como é estar ao volante de um CL eu posso dizer-vos. Imaginem um Classe S. Agora soldem-lhe as portas de trás. Cuidadosamente retirem o pilar B e adicionem espaço à frente e habitabilidade. Mantenham o conforto. Aqui têm. Tive o prazer de viajar num anterior CL 500 e é um dos carros mais confortáveis em que já estive. O que me entreteve realmente foi o ajuste dos bancos que os levavam a moldar-se às nossas costas perfeitamente, tal como a experiência que tive com o Classe S.





À vontade até na pista. O CL600 é simplesmente espectacular.




O anterior CL não é a coisinha mais bonita, e o CL 500 não era exactamente o mais potente, mas acreditem que aquele V8 é espectacular. Em autoestrada a única pista que temos em relação à velocidade (melhor, ao excesso dela) é a paisagem a passar mais depressa e a sensação que vamos chegar adiantados. O actual CL é um melhoramento deste, e bem mais bonito.



De perfil conseguem ver o estilo que transborda a pingar pelo escape.




Aquelas linhas manhosas do anterior desapareceram. Desta vez temos a sensação de estar perante um automóvel desenhado de raíz. E as linhas modernas funcionam melhor aqui do que em qualquer BMW (Bangle, esta é para ti). A performance melhorou, especialmente no derradeiro CL - o 600.



O interior do CL 600. Erm... Esperem. Não.


Muitos fãs AMG estarão a gritar "blasfémia", mas vamos ser honestos. Para o Lord Cabelos-Brancos, que já sofre das costas em dias chuvosos e cujo joelho dá problemas não vai querer o CL 65 AMG. O 600 é mais que suficiente - e como não é AMG os futebolistas não lhe vão estragar a festa. O seu V12 bi-turbo de 5.5 litros e 517cv - o mesmo que os carolas da Mercedes "enfiam" no Maybach - deixam qualquer azeiteiro ao volante de um Subaru que os queira humilhar... Bem, humilhado. E este carro voa, e como todos os bons Mercs, é melhor apreciado com uma boa caixa automática - neste caso a sua de 5 velocidades. Nada de maluqueiras de DSG's aqui. Tal como o modelo anterior, é possível chegar a velocidades estupidamente altas sem grande esforço e mantendo a compostura. Os interiores seguem a linha do novo S, o que é ideal. Em conclusão, o CL 600 é o carro perfeito para uma garagem no Lago Como ou para uma noite em Monte Carlo. Uma obra prima. JN
Dados:
Bentley Brooklands
Motor: V8 6.75 l
Potência: 530 cv @ 4000 rpm
Binário: 1050 Nm @ 3250 rpm
Consumos (U/E/C): 28.8/14.1/19.5
Acelaração: 0-100 km/h em 5.3 s
Velocidade máxima: 296 km/h
Mercedes-Benz CL600
Motor: V12 5.5 l
Potência: 517cv @ 5000 rpm
Binário: 830 Nm @ 1900-3500 rpm
Consumos (U/E/C): 18.1/8.5/12.1
Acelaração: 0-100 km/h em 4.6 s
Velocidade máxima: 250 (limitada electrónicamente)

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Teste: Fiat 500 1.3 Multijet





Fiat 500. Mais do que um acessório de moda.


A moda é uma coisa estranha. Uns dizem que é a inovação, o marcar a diferença, outros dizem que funciona em ciclos e que o que foi moda há vinte anos atrás será moda amanhã. Ora se estes dois conceitos entrão em colisão afinal o que é isto da moda? Se é o ser diferente porque é que todos aderem? Se calhar falo do conceito errado. Talvez deva falar do estilo. O estilo é mais fácil de encontrar, está nos detalhes. No número de ponteiros de um relógio, na maneira em que um laptop fica aberto em cima da secretária, no toque do telemóvel. Isto vindo de um tipo cujos relógios tem mais ponteiros que o painel de um carro dos anos 80, cujo portátil está meio poeirento nas teclas e cujo toque do telemóvel consegue fazer um monge budista ranger os dentes.




Mas quando escolhi estas coisas, soube escolher. O meu relógio tem vários ponteiros, sim, mas não tem aquela janelinha que nos diz se é dia se é de noite, com desenhos do sol e da lua. Isto porque se eu tenho olhos na cara para ver essa janelinha, também tenho para olhar para o céu e ver de facto se é dia ou noite. Compreendo que alguns tipos que vivam num apartamento sem janelas, como os tipos no condomínio de Guantanamo precisem desse tipo de relógio. Não só para saberem se é dia ou noite mas também para não darem em doidos.




O portátil é a mesma história. Não esgotei o plafond do cartão de crédito, mas escolhi um VAIO, que aprendi à pouco tempo que se escreve com maíusculas. Não escolhi um MacBook porque não sei o suficiente sobre informática para perceber porque é que de facto é melhor que os outros laptops. Mas o meu portátil, aberto dá um certo ar casual à secretária, e fechado... Também. O telemóvel é, honestamente, uma porcaria. Não o consigo sincronizar com o computador, ou seja apenas tenho quatro números gravados na memória. Mas é cinzento e com a cobertura em vidro, espelhada. Parece algo que os pássaros usariam para ornamentar o ninho.



Será que estes carros retro se tornaram tão actuais que se misturam na multidão? A resposta é sim. Bem, todos menos um. O Fiat 500.





Isto do estilo parece então, mais simples que a moda. Mas assenta mais na individualidade. Hoje em dia todos os agentes imobiliários de sucesso têm Minis. Seja o Cooper S para o solteirão que vende mansões, o Cooper D para o casado que pensa na carteira, ou o One para o divorciado cuja ex-mulher lhe limpou a conta bancária, o que começou por ser uma afirmação de estilo é agora banal. Em Lisboa não se pode percorrer cem metros sem encontrar um. O Beetle mais recente é um carro tão feminino que devia de ser vendido numa sapataria ou numa loja de decoração. O descapotável então é um género de vestido sobre rodas. Será que estes carros retro se tornaram tão actuais que se misturam na multidão? A resposta é sim. Bem, todos menos um. O Fiat 500.




Hoje, enquanto percorria pequenas ruas perto de Entrecampos num 500 vermelho descobri que este pequeno Fiat, além de muito, muito charmoso é também prático na cidade. Consigo estacioná-lo em virtualmente qualquer buraquinho e tem um pequeno botão na consola central que torna a direcção muito mais suave. Já fiz mais força a levantar canecas de café à boca! Como disse, é também um carro muito charmoso. Uma mistura de passeios na riviera com cappuccinos. É acima de tudo muito italiano. A versão que eu conduzi foi o 1.3 Multijet Sport. A princípio fiquei de pé atrás. Afinal isto é um citadino italiano, expressão quase sinónimo de gasolina. E pior ainda, fiz uma pequena pesquisa e descobri que a Fiat partilha motores com a GM, o que quer dizer que o motor é o mesmo que o 1.3 CDTI, que posso afirmar com toda a certeza que é o pior motor que alguma utilizei num carro. O atraso do turbo é tanto que metemos o pé no acelarador a fundo e apenas sentimos algum movimento no próximo ano fiscal. Já vi melhor reacção de um paciente em coma profundo.



O pequeno diesel no 500 pouco fica atrás dos motores a gasolina. Responde muito bem e tem bastante força





O pequeno diesel no 500, no entanto, pouco fica atrás dos motores a gasolina. Responde muito bem e tem bastante força. É simpático. Suspeito mesmo assim que o até o 1.2 a gasolina seria uma melhor opção para quem gosta mesmo de conduzir, mas enquanto o coração nos diz gasolina a cabeça deve dizer diesel. No interior há imensos detalhes e a noção de qualidade é muito boa. O painel de instrumentos é o meu detalhe favorito. O velocímetro e o conta-rotações estão no mesmo mostrador, e um acompanha o outro na subida. Fantástico.




Outros detalhes passam pela cor do tablier ser igual à do carro, e o "500" cromado no lado do passageiro. O sistema Blue&Me permite-nos ligar o telemóvel por Bluetooth e até ligar o iPod ao rádio de modo a escolhermos as músicas com os comandos no volante. Porque é que os fabricantes automóveis não percebem que isto é uma óptima ideia? Ninguém anda com a colecção de álbuns atrás. Até eu vou trocar o meu mísero nano por um Classic, porque já estou com falta de espaço. Falando de espaço, o existente no carro não é muito. Eu que não sou o Peter Crouch tenho alguma falta de espaço para a cabeça. E nos bancos de trás isto piora. A mala é razoável para o tamanho do carro e há bastantes espaços para arrumação para quem vai à frente. Gostei também do sistema que nos segura o carro numa subida, que testei ao arrancar num sinal na Av. Estados Unidos da América. E visto de fora pude comprovar que realmente não deixa ninguém indiferente. Nem as duas loiras suecas que deixei atravessar na passadeira perto da Av. de Roma, que olharam para ele mais do que uma vez.



Este carro não é alternativa ao Mini. O Mini é que deve ser considerado a alternativa ao 500





Para concluir, este carro não é a alternativa ao Mini. O Mini é que deve de ser considerado a alternativa ao 500. Experimentem, vão ver que a Fiat sabe o que está a fazer. Os meus parabéns ao Sr. Luca de Meo, que está a trazer de volta o estilo aos carros italianos.

Dados:

Fiat 500 1.3 Multijet Sport
1248cc, 75 cv, 145 NM
http://www.fiat.pt/

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Para breve no Supercharged

TESTES

Fiat 500 - testamos o novo acessório de moda italiano

Peugeot 207 CC - talvez um dos melhores modelos da marca francesa

Honda Civic - damos uma volta no japonês do futuro

Para breve!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Casa de Férias


Convidamos-vos a visitarem o Rev!, um projecto paralelo que partilha conteúdos com o Supercharged e tem até material exclusivo!





domingo, 18 de maio de 2008

Compra-se!



Todos os rapazes tiveram brinquedos que marcaram a sua infância. Seja um Action Man que nadava, ou um carro da Bburago que, de novos que éramos, em vez de o guardar na prateleira como os nossos pais queriam fazer o destruímos em vários acidentes de viação que envolviam um camião feito de Lego e a casa da Barbie da filha da vizinha que brincava connosco nos sábados à tarde. Mais tarde surgem as consolas, a minha primeira - uma Sega Master System - parecia na altura o pedaço de plástico mais sofisticado que havia. Eram tardes inteiras a jogar Sonic The Hedgehog ou Indiana Jones and The Last Crusade, talvez as mais divertidas que já passámos em frente a um televisor. Depois vieram os discman, os telemóveis e até os leitores de mp3. Brinquedos, todos eles. E finalmente, chega a altura na vida de qualquer rapaz em que ele começa a pensar no seu derradeiro brinquedo: o primeiro carro.



Para o David chegou esse momento. Embora durante os últimos meses ele tenha ido às aulas de código com a mesma frequência que o governo baixa os impostos, ultimamente tem estado motivado. E porque não? Afinal, é para conduzir. Começa então a busca por um bom primeiro automóvel. Como um Fuzileiro é um homem de acção, é claro que o David pensou num Landie. Mais precisamente um Defender 90, diesel. Quando ele me fala no assunto, por mais que goste do Defender, aconselho-o a escolher outro carro. Não por que seja um mau carro, mas porque o vai transformar num violador. Não desse modo, pois ele é um rapaz íntegro, mas quando ele saír com uma rapariga que seja virgem e capaz de subir os dois andares de escada necessários para entrar no Landie e eles se dirigirem a um bom restaurante, a suspensão do carro vai fazer a viagem tão ruím que o hímen da pobre coitada vai romper e o rapaz vai ser acusado de violação.



Crimes sexuais à parte, faço aqui as minhas sugestões oficiais para primeiro carro do David. Terá que ser versátil o suficiente para andar na cidade sem problemas, mas espaçoso para transportar dezasseis homens fortemente armados em caso de necessidade. Logo, penso nas carrinhas. Que tal uma Peugeot 206 SW? Pequena, económica, prática e barata. Ou se quisermos algo mais posh um BMW 318 TDs E36, talvez até o coupé, porque se pensarmos nas vezes que ele vai ter que levar mais do que uma pessoa com ele no carro, nem é um disparate assim tão grande investir num desportivo. Bem, tão desportivo quanto um 318 TDs possa ser.



Mas o David quer algo com a capacidade de saír fora de estrada quando for necessário, devido a algumas actividades extra-curriculares exercidas pelos membros da equipa Supercharged (i.e. airsoft), por isso talvez não seja má ideia investir num SUV. Digo-o honestamente, não gosto de SUVs, acho-os demasiado relaxados para serem desportivos, e os únicos momentos fora de estrada para os quais são adequados são os troços de estrada local que está em obras quando a senhora que o conduz o levar para deixar os seus 2.3 filhos na escola. Sugiro então qualquer coisa nas linhas do Toyota Rav4 ou Land Rover Freelander usados. Pena o rapaz gostar tanto de lama, senão um desportivo dava-lhe mais status que os seus largos bolsos podem acomodar.



Afinal, parece que isto dos SUVs não é só para as mães e filhos... JN

domingo, 27 de abril de 2008

The Alfa Male

João Neves encontra-se onde mais gosta de estar... Ao volante de um Alfa Romeo GT!

René Artois

João Neves revê o novo Citroën C5 no Salão Internacional do Automóvel.


Nem tudo pode ser bom...

sexta-feira, 25 de abril de 2008

O nosso intro

Já temos intro! Feito com o Sony Vegas 7. O tema é o Whole Lotta Love dos Led Zeppelin.

Vamos usá-lo nas nossas reportagens e segmentos video. Até la!

sábado, 19 de abril de 2008

Motorclássico 2008




Abril chegou à coisa de duas semanas e isso para nós só quer dizer duas coisas: este mês tem feriado e chegou o Motorclássico. Todos os anos milhares de entusiastas de carros e motas clássicas se juntam na FIL e, como nós os três nos encaixamos nessa categoria (menos a parte das motas), lá fomos direitinhos ao Parque das Nações.



Peguei no meu clássico e disse ao Mac para descer. De seguida fomos buscar o David e seguimos viagem. Ao chegar notava-se que algo se passava, se não fossem os cartazes pelo menos a dificuldade em chegar ao estacionamento deveria ter dado uma ideia. Finalmente entrámos no estacionamento e, para nossa surpresa, o show começava aí. Ao procurarmos estacionamento vimos um Jaguar XF, um XK dos novos, um BMW M3 novinho em folha e, é claro, a cereja no topo do bolo – o Aston Martin Vanquish S, numa espécie de British Racing Green, parecida com a cor dos DBR9. Disse para o David: “se algum Matiz estiver estacionado ao lado do Aston quando nós chegarmos, juro que lhe furo os pneus!”. Ali parecia que apenas o que pagámos de estacionamento já tinha valido por salão automóvel. Ao dirigirmo-nos para o elevador vimos ainda um clássico… Do transporte! Uma Bedford Rascal para acabar o quadro que vendo bem ficava mal acabado.



Ao chegarmos vimos a enorme fila da bilheteira e lá nos juntámos ao monte de gente. Comprámos os bilhetes (8€ cada… Um bocadinho caro para apenas um pavilhão!) e entrámos. Logo ao pé da porta fomos brindados com imagens que há anos fazem parte do nosso imaginário: Ford Mustang, Ferrari 512 Testarossa, 575 Maranello e, para mim o melhor carro do salão, um Mercedes-Benz 300 SL “Gullwing”. Sim, alguns de vós dirão “ah e tal mas e os Bugatti?”. Eu concedo que os Bugatti tiveram um papel importantíssimo na história dos desportivos mas o que ali tínhamos era o pai de todos os super desportivos.




Discutíamos, entre outros assuntos, qual era o melhor carro do salão

Eu disse para o Mac “Sabes quanto vale este carro hoje em dia? Cerca de 600.000€!”. Como era de esperar, o Captain Sense-of-Direction ficou desconfiado. “Vale bastante mas não sei se chega a isso!”. Pergunto ao responsável pelo stand e faço um valor mais modesto para acrescentar à surpresa do Mac. “Desculpe, mas que valor atinge este exemplar, 400.000€?” – “Não, este custa 600.000. 400 custam os outros dois ali atrás” - responde o senhor apontando para os dois 300 SL Roadster atrás do Gullwing.



As teorias do Captain Sense-of-Direction


Entretanto já tínhamos subido mais e visto o resto da colecção, onde o meu coração ficou com alguns Alfas clássicos e o do David com as meninas do stand da Porsche. Entretanto eu e o Mac encontrámos o que viria a ser a maior revelação do salão – a PlayStation 3. Eu confesso que fui o tipo que apostou na Sega Saturn quando a PlayStation saiu, pensando isto parece um vídeo mal acabado, ainda por cima em branco. Isto nunca vai pegar… Passando à frente a parte de eu estar errado, peguei no comando da PS3 e olhei para o ecrã. Deve de estar a mostrar algum Blu-Ray sobre carros… Afinal não, era o Gran Turismo 5 Prologue. Que gráficos! Que realismo! Que jogo! Vale a pena dizer que depois, numa corrida entre dois Alfa 147, o Mac ficou bem para trás de mim. JN

Carros femininos e carros de rapariga


Desde crianças que somos separados em dois grupos: aqueles que brincam com Hotwheels, e aqueles que brincam com Barbies. Normalmente esta separação coincide com o sexo da criança, mas há excepções…


Todos os seres humanos são propensos a apanhar o bichinho do gosto por automóveis. Alguns de nós mais que outros. Mas o que separa os homens das mulheres é o facto de nós gostarmos de carros como o Nissan Patrol, o Land Rover Defender ou a Toyota Hilux que, sejamos honestos, são feios como Manuela Moura Guedes sem maquilhagem. Gostamos destes carros não pelo que eles aparentam ser, mas por o que realmente são - máquinas inatascáveis. Gostamos de carros como o Aston Martin DB9, o Maserati GranTurismo ou o Alfa Romeo GT porque são carros femininos, com linhas que nos lembram a Helena Coelho num chaise longue vestindo apenas algo do catálogo Victoria's Secret.

Gostamos de carros como o Aston Martin DB9, o Maserati GranTurismo ou o Alfa Romeo GT porque são carros femininos, com linhas que nos lembram a Helena Coelho num chaise longue vestindo apenas algo do catálogo Victoria's Secret.

Gostamos também da opção de encomendar o nosso Catheram e montá-lo na nossa garagem, mesmo que a patroa não veja o porquê. E não me venham com a história do "eu conduzo um BMW por isso sou macho" - centenas de mulheres conduzem o BMW porque é prático e confortável. Se me disserem que conduzem um M3 E30 e que não se importam que algumas das raparigas que vêem na rua se riam, aí sim têm huevos!


O que eu não posso admitir é que existam homens aí nas ruas que se sentem à vontade em conduzir algo como um Citroën C3 Pluriel, um VW New Beetle descapotável ou até o Nissan Micra C+C. As razões são simples - são carros redondinhos, fofos e giros. Três adjectivos que nunca devem ser associados ao automóvel de um homem. Compraram um Mini? É o Cooper S com o kit John Cooper Works para o diferencial? Não? É descapotável? Ai é! Ah, então não é carro de homem.

Compraram um Mini? É o Cooper S com o kit John Cooper Works para o diferencial? Não? É descapotável? Ai é! Ah, então não é carro de homem.


A minha teoria é a seguinte: se forem na rua, na estrada, e encontrarem algum destes exemplares a ser dirigido por um homem é uma das seguintes situações: A. É o carro da namorada/mulher/amiga; B. É o mecânico; C. O carro foi roubado pelo indivíduo que o conduz. É simples, estas três opções cobrem todo o espectro de situações em que um homem se encontraria ao volante de tais carros. Acreditem, de futuro irão sair mais automóveis deste tipo. Se quiserem saber se estão a comprar um carro de rapariga perguntem a alguma mulher presente no stand o que pensa do carro. Se da boca dela saírem as palavras "redondinho", "giro" e "fofo", guardem o vosso dinheiro e comprem algo de que se possam orgulhar! JN

segunda-feira, 17 de março de 2008

Sério 3

Duarte Santos sobre o BMW 335d



Sendo eu um jovem estudante universitário de Engenharia de Energia e Ambiente que anseia terminar o curso rapidamente e arranjar um bom trabalho, tento conciliar tanto o trabalho como prazer no meu futuro. E uma vez que sou um apreciador de bons carros e apaixonado por potência, velocidade, beleza e baixos consumos - e claro baixas emissões - penso qual seria o carro mais indicado para mim neste momento, se a minha carteira me permitisse. Mas claro, como a minha curiosidade impele me a procurar, um deles seria o BMW 335d. Um carro pelo qual eu faria trabalhos sujos para o ter...





Bem já sabemos que a engenharia alemã é mais precisa que um sniper, e que os seus carros e motores nos fazem delirar há já muitas décadas, mas nunca foram dados a pensar no ambiente. Mesmo com a BMW e Mercedes-Benz a colaborar com a GM em 2 modelos transmissão híbrida, o que eles se orgulhariam mesmo de vender seria um carro com o BMW 335d. Este carro com consumos modestos (urbano 10,3 e extra urbano 5,9/100km) e velocidade máxima limitada a uns 250 km/h é sem dúvida um dos carro com motor a diesel de 6 cilindros mais rápidos do mercado, e com uma potencia máxima de 286 cv às 4400rpm faz dos 0 aos 100 km/h em 6,1 segundos, com uma cilindrada de 2993 cm3 e binário máximo de 580Nm entre as 1750 e 2250 rpm, promete satisfazer as necessidades de quase todos os condutores, mesmo os que normalmente só gostam de sentir a resposta de motores a gasolina. A sua transmissão automática de 7 velocidades proporciona o conforto de um automático mas, ao contrário da concorrência do lado da Mercedes, é sequencial, mostrando o melhor de dois mundos.



Mais a salientar, este carro está disponível na versão berlina e touring, elevando assim o seu potencial. Para mim estes carros são de uma beleza quase incomparável, conseguindo ser elegantes e agressivos, bem como extremamente confortáveis. As imagens falam por si. Claro que gostos não se discutem, mas sempre podemos dizer que isto não é nenhum Hyunday Accent que seriamos capazes de recusar mesmo que tivesse sido um presente da namorada. Peço desculpa, mas o ódio por estes carros é geral neste blogue. Este BMW é sem duvida um excelente carro neste momento sem igual na sua classe, algo que um ambientalista como eu adoraria conduzir. DS

domingo, 16 de março de 2008

Supercharged no SIA 2008

A equipa Supercharged vai estar presente no Salão Internacional do Automóvel 2008, principalmente porque o orçamento anda curto e não pudemos estar em Genebra. Ainda falta mais de um mês, mas já estamos a limpar os cartões de memória para tirar centenas de fotografias, que apenas vamos escolher umas poucas para vocês verem porque somos maus fotógrafos. O que conta é a intenção. JN

Mito desfeito!




Há muito que nós no Supercharged esperávamos a evolução final do Junior, principalmente porque começo a procurar um substituto para o meu fiel Clio. Acompanhámos a campanha para dar um novo nome ao pequeno Alfa, embora tenhamos ficado irritados de não podermos votar. E finalmente, quando foi feito o anúncio na AlfaRomeoPress.com, delirámos (especialmente eu) quando vimos o que parece ser o irmãozinho não do 159, não do Brera, mas do 8C Competizione. Mas, ao fim de largas horas passadas a babar frente ao monitor a olhar para as fotos, quando olhei para o nome... Sensação estranha. Como se tivesse conhecido a rapariga perfeita, cabelos castanhos longos, olhos azuis, corpo divinal, personalidade brilhante... Mas ela se chamasse Henriqueta. Não faz sentido. Mas é a vida. Se ela tivesse um corpo destes, eu não me importava nada de saír com a Henriqueta. Ou o Mi.To. Paciência, eu vou-lhe chamar Furiosa - o nome votado - ou Junior. Sempre soa melhor que Mi.To - que é apenas a junção das duas cidades onde o projecto se vai desenrolar, Milão e Turim, ou Torino.



Lindo. Lindo, lindo, lindo, lindo.






A traseira da Henriqueta não é nada de se jogar fora!
JN

sábado, 16 de fevereiro de 2008

A DIFERENÇA

Quando penso em filmes os primeiros que vêm à ideia são os clássicos de James Bond como From Russia With Love ou Goldfinger, e os filmes de gangsters como O Padrinho, Scarface ou Goodfellas. Obras-primas do cinema, con óptimos actores. Depois há os filmes que gostamos por gostar, como o Exterminador ou a série Die Hard, da qual sou fã. Bruce Willis como John McLane, polícia de Nova Iorque, apanhado no sítio errado à hora errada. Há ainda aqueles filmes lamechas que por uma razão ou por outra gostamos de ver - por darem normalmente por altura do Natal - como O Amor Acontece, por exemplo. E depois há aqueles filmes que nunca deveriam ter passado do estado de ideia. Estava ontem no clube de vídeo quando vejo um tal Frankenfish. Minha gente, há uma razão pela qual isto nunca chegou aos cinemas. É um desperdício de plástico e DVDs virgens, pura e simplesmente. E a ele juntam-se memoráveis títulos como Delta Force V: Random Fire. Pergunto eu, como é que é possível chegar a tal ponto numa série de filmes em que o título terá que ter a palavra random? Só há uma coisa que é pior que estas más ideias... O Daewoo Matiz.


Como se pode classificar um carro cuja principal concorrência no mercado é o passe social? Sim eu sei, é um Chevrolet Matiz agora, mas desenganem-se aqueles que pensam que este pedaço de metal tem as mesmas raízes que os míticos Camaro ou Corvette. Tal coisa seria como se Leonardo DaVinci além das suas obras primas também pintasse vedações como trabalho extra - impensável. E como as más sequelas do cinema, agora também há o Matiz Tattoo. Como se não bastasse a horrenda engenharia, agora podemos comprá-la personalizada! Chegamos ao site da Chevrolet Portugal e somos brindados com a opção "construa o seu Matiz", quando na realidade eu o gostava de destruír usando nada mais que as minhas duas mãos, uma serra e explosivos plásticos. Ao que chegámos...


Do outro lado do espectro finalmente percebo o grande esquema das coisas. Alguns de vós provavelmente ja leram a minha opinião acerca dos Alfa Romeo: adoro-os. Cheguei à seguinte conclusão: os alemães constroem carros perfeitos em termos de engenharia e esforçam-se para os tornar bonitos. A Alfa Romeo faz carros lindos e esforça-se por torná-los fiáveis. O problema é que tanto de um lado como do outro o esforço não é suficiente. É claro que por vezes os alemães conseguem fazer as duas coisas, como no Mercedes CLS ou no BMW Série 3 Coupé novo, mas quando comparamos o Classe C ou o Série 3 berlina ao 159 até o Stevie Wonder escolheria o Alfa. JN