segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Prazer de condução

Quando se fala em prazer de condução as primeiras letras que vêm à cabeça são BMW, particularmente por causa da publicidade lamechas que associa os automóveis ao estilo de vida. Ou então fazem como eu e imaginam um DB9 a viajar por estradas secundárias nas montanhas italianas. Ou melhor ainda e pensam como futebolistas e sonham com um Mercedes GL500 a passear nas docas à noite enquanto os bancos massajam as vossas costas como se fossem os pés de duas raparigas asiáticas vestidas apenas com uma toalha. Mas para mim, hoje à tarde, o prazer de condução chegou numa forma pequena... E vermelha.

Um Renault Clio RL, 1.2 a gasolina de 1993. Este automóvel foi o primeiro Renault a receber motor Energy com injecção monoponto. Infelizmente este exemplar não está exactamente como no dia em que foi comprado. Está magoado e amolgado, repleto de insectos, manchas e poeiras. A cor das portas não é exactamente a mesma do resto da carroçaria as jantes parece que foram recuperadas de um galeão espanhol afundado. A luz no painel de instrumentos que nos diz que os indicadores estão activados não discrimina entre esquerda, direita ou quatro piscas.
A caixa de velocidadades é feita de pedra e a manete assemelha-se a uma colher-de-pau numa panela de sopa grossa alentejana. A velocidade também não está exactamente ao nível de um Veyron. Os 0-100 km/h ocorrem apenas em cerca de duas eras glaciares. O som que ele faz parece uma orquestra, a ser corrida a tiro durante uma interpretação da 9ª Sinfonia. Há chiadeiras que parecem ter origem em cerca de cem peças diferentes. Os bancos causam-nos mais dores nos rins do que se estes estivessem a ser retirados para serem vendidos no mercado negro e há um cheiro esquisito a sumo de laranja azedo a vir de debaixo do assento do passageiro. Mas devo dizer que este é um dos melhores carros que já conduzi...


O David numa pose que pede mesmo publicação no hi5. Feito.

Hoje tinha combinada uma viagem com o David e o nosso próprio "Captain Slow" Duarte Santos. Mas o Duarte decidiu que entreter familiares em casa era mais importante que não fazer nada e deixou-nos aos dois sem ideia para onde ir. Decidimos seguir em direcção a Loures, depois Caneças, depois Mafra e finalmente, até à Ericeira. Chegámos mesmo a tempo, pois testemunhámos um pôr-do-sol verdadeiramente espectacular que nos pôs a pensar nas nossas caras-metade que desejávamos que estivessem ali connosco. O mais importante não foi o destino, mas a viagem.
A verdade é que aquele caixote vermelho, com todas as suas amolgadelas, chiadeiras e aromas a fruta podre nos levou e nos trouxe a cantar pelo caminho, a desejar que dia nunca acabasse. A maneira como aquele pequeno carro se comporta em estrada, o contentamento que é conduzi-lo, a sensação de liberdade que trasmite. É épico. Porque, no final, não é a potência, o luxo nem a velocidade que nos faz gostar de um carro, é como ele nos faz sentir. Naquelas horas esqueci BMWs, Mercs e até Astons. Aquele pequeno balde de diversão era tudo o que interessava.


João Neves

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Pequenas Emoções

Sempre gostei de ouvir música onde quer que estivesse. Ao longo dos anos tive leitores de cassetes, leitores de CD portáteis e, mais recentemente, leitores de mp3. Digo "leitores" porque tive vários de cada. Por vezes acho que sou incompatível com determinado tipo de tecnologia, pois estes leitores, especialmente os leitores de CD, ou famosos diskman, tinham o malvado hábito de avariar quando atingiam alguns meses de vida. E, admito, lançá-los contra uma parede quando deixavam de funcionar não vinha no capítulo de resolução de problemas do manual do utilizador, embora me ajudasse a relaxar depois de horas de nervos a tentar pô-los a funcionar. Passando aos leitores de mp3. O meu primeiro leitor de mp3 foi um Creative "qualquer coisa" com 128mb de memória. Sejamos honestos, se essa coisa dos megabytes fosse espaço real onde tivessemos de guardar a nossa colecção de CDs, 128mb seria o equivalente a um pequeno porta-moedas. Mas funcionava bem, e dava perfeitamente para ouvir música suficiente até chegar à escola. Digo 128mb chegavam porque eu demorava cerca de 15 minutos. A pé. Hoje sou um saudável jovem universitário que demora cerca de duas horas e meia a chegar à universidade. Por isso considerei outros leitores. Entretanto tive até um de 3gb que funcionava muito bem até ao dia em que "morreu". Voltei para um de 1gb no qual não conseguia organizar playlists, o que se tornava frustrante, porque não consigo parar de rodar o botãozinho para seleccionar o que quero ouvir, e assim gastava as pilhas em menos de nada.


Um dia estava numa loja de um centro comercial e vi o tal iPod, coisa fashion que tanta gente atraía nos lançamentos mundiais, levando pessoas a dormir na rua só para terem um. Cedi à tentação e comprei uma coisa chamada iPod nano, com 4gb, o que já é suficiente para guardar a música do dia-a-dia.

Então, no que toca aos leitores mp3 há o iPod, e os outros. Isto da moda é mesmo estranho. Do mesmo modo que se se procura um carro citadino há o Smart, e os outros. Desde que surgiu o Smart tem sido um ícone do urban-chiq (se é que existe tal coisa) e além de ser um acessório de moda, é prático! Senão vejamos, onde se estaciona um Ford Mondeo, consegue-se estacionar três Smart ForTwo. Ok, se quiserem levar a trouxa quando forem de férias mais vale escolherem uma estância para nudistas, a mala é minúscula. Mas no dia-a-dia, na azáfama da cidade, o Smart mostra trunfos. Além do mais é estúpidamente económico. Motor de 800cc hoje em dia é uma mais-valia para a carteira. Além do mais é um Mercedes, o que é muito bom quando se compara à concorrência. Mas honestamente, um Smart ForTwo não faz maravilhas pela nossa masculinidade. Mas felizmente há uma versão ligeiramente mais desportiva, o Roadster.
"(...) se quiserem levar a trouxa quando forem de férias mais vale escolherem uma estância para nudistas, a mala é minúscula"

O Smart Roadster é o urban-chiq versão masculina. Continua pequeno e com motor de frigorífico, mas para o que é, é espectacular - 800cc de pura emoção. Sei de quem estará certamente a discordar de mim e a relembrar a mais recente visita à feira de usados da FIL, mas eu não escolheria o Hyundai Coupé sobre este. Este ForTwo com nariz e traseira é perfeito para a condução citadina e tem como vantagem face ao seu primo redondo o facto de não nos fazer parecer que estamos a conduzir um pequeno sofá de duas cores. Os 82cv são suficientes para o seu peso, que se aproxima ligeiramente de um átomo de oxigénio. Há no entanto um pequeno problema, pelo menos para quem tem mais que um metro de altura, entrar e saír dele. O espaço lá dentro também não mostra semelhanças com nenhum armazém, mas a posição de condução é brilhante. Se quiserem o Roadster pensem e gastar pelo menos duas semanas a fio fechados na garagem a aprender a entrar e saír dele com estilo, senão façam-me um favor: quando encontrarem as vossas amigas ao volante, estacionem longe e vão ter com elas a pé, é o melhor que fazem ao vosso ego.
"Os 82cv são suficientes para o seu peso, que se aproxima ligeiramente de um átomo de oxigénio."
Este então será a escolha para jovens que não podem investir, digamos, num Z3 ou Mini usados mas querem a adrenalina de um pequeno roadster. E digo-vos já, elas não desgostam nada do Smart Roadster. Aparentemente segundo um estudo levado a cabo por...bem... por mim, elas acham-no "fofinho" e "giro". O que pode ser que as leve a dar uma volta nele. Não?

JN

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Cuore Sportivo

Alguma vez estiveram num supermercado e perguntaram porque é que a garrafa de Real Lavrador está a um euro e pouco e a de Camigliano Brunello di Montalcino 98 toscano está a sete contos na moeda antiga? São os dois vinho? São. Vêm ambos em garrafas de vidro mais ou menos parecidas, ambos têm rótulo de papel, rolha de cortiça... Para quem não aprecia vinho sem ser com a santa da sardinha não faz muito sentido pagar não-sei-quantas vezes mais por algo que pode perfeitamente ser substituído com algo mais barato. O mesmo se passa com os whiskys, dos quais sou grande apreciador devo dizer. Ora senão vejamos: um Cutty Sark ou um Jameson's, ambos whiskys mais jovens, malte; o J&B, Logan's, William Lawson's, whiskys mais séniores, sabor mais intenso. Todos estes vos darão o sabor de um bom malte, sem dúvida. Mas o nosso olho foge sempre para a garrafinha bonita na caixa de madeira que diz James Martin's 20 Years Old. Porque será que é tão caro? Mesmo das marcas mais correntes de 15 anos faz assim tanta diferença? A questão é que honestamente não sei.

"Mondeo é Ford. Mustang é Ford. Mondeo é Mustang? Não. Mas... E se fosse Mustang Light?"

O mesmo se passa com os carros. Compram um Mondeo. Mondeo é Ford. Mustang é Ford. Mondeo é Mustang? Não. Mas... E se Mondeo fosse Mustang light? Claro que não é. Mas há uma marca que faz Ferrari e Maserati light. Não há uma única alma neste mundo automóvel que não a conheça as palavras Alfa Romeo. Uma marca italiana quase centenária que a maioria conhece devido aos sérios problemas de fiabilidade. Mesmo se conhecerem só as piadas sobre ela. Sim, é assim tão má.


Fazemos fast-foward 97 anos na história da Alfa (fundada em 1910, por isso não se matem a fazer contas, é hoje). Vinha na Infante Dom Henrique quando reparo num BMW Série 3 dos novos, um E90 em preto, provavelmente um 320d. Pensei "sim senhor, aí está um carro para mim" quando o meu pensamento foi interrompido por um Alfa GT preto estacionado a cerca de 10 metros do Série 3. E o pensamento ficou por aí. A verdade é que ao ver o Alfa ali todos os pensamentos de condução segura, precisa e formal do alemão se esvaniram. De repente eu só queria estar ao volante do Alfa numa longa estrada secundária com uma paisagem de tirar o fôlego. Esqueçam iDrives e mariquices. Esqueçam terem um carro com o qual possam sempre contar que funcione. Eu queria o Alfa.

E não é só o distintivo no capot. Senão vejam, ponham os seguintes lado a lado - BMW Série 3: excelente comportamento, o eterno rival do Mercedes Classe C; Volvo S60 - tão seguro que coçar as virilhas passa a desporto radical; Lexus IS220 - é bonito, lá isso é, mas é japonês e enfadonho; Alfa Romeo 159. Digam honestamente que o 159 não é o mais bonito de todos eles. Aquela grelha triangular, aqueles seis faróis, aquela linha do capot, aquela traseira... Lá dentro também se destaca da concorrência. Linhas muito mais arrojadas que fazem os engenheiros alemães gritarem "Nein!!!" e puxarem os cabelos. Não posso dizer muito mal deles, pois é graças a um alemão que a Alfa Romeo melhorou e muito em termos de construção... Mas enfim, são tipos engraçados.

"Aquela grelha triangular, aqueles faróis, aquela linha do capot (...). Linhas muito mais arrojadas que fazem os engenheiros alemães gritarem "Nein!!!" e puxarem os cabelos."

Deixemos o 159 e o 156 de duas portas, perdão, o GT, de lado. Vamos para o que na minha honesta opinião é um dos carros mais lindos que se podem ver hoje na estrada, o Brera. Esqueçam a Mona Lisa, esqueçam a Capela Cistina. Isto é a obra-prima italiana! Em preto fica mais sexy que os posters da Cláudia Vieira nas paragens de autocarro. A Alfa Romeo conseguiu algo que transmite a paixão e alma dos grandes desportivos italianos ("apenas" dos Ferrari e Maserati) para as massas em termos de prazer de condução e diversão. A linha é do 159 mas mais desportiva. Um coupé de linhas perfeitas. Simplesmente espectacular.


Sem dúvida, cuore sportivo.


João Neves

sábado, 13 de outubro de 2007

Velhos modelos, novos modelos

Estivemos ocupados durante esta ligeira pausa que o blog fez. Mas também esteve o mundo automóvel. A McLaren meteu-se em sarilhos, Alonso e Hamilton não se falam, houveram cerca de um milhão de salões automóveis e saíram cerca de seis mil milhões de novos modelos em todo o mundo. Está bem, cerca de metade disso.



Nos salões automóveis apresentam se os típicos concepts que não servem para nada mais que nos desiludir quando sair o modelo de produção. Mas também houveram boas notícias como o Lamborghini Reventón, o BMW M3 e o Hyundai i30. Por esta altura muitos de vocês estarão a pensar "este tipo passou-se" e os médicos provavelmente vos dariam razão. Os que me conhecem sabem que de carros coreanos eu sempre fugi e até cheguei a insultar alguns que apenas estavam estacionados.



Mas há algo de diferente a vir do oriente. A Hyundai está a diferenciar-se da Kia ou da Chevrolet. Faz lembrar o que a Samsung fez face à Sony, por exemplo. É uma boa ideia, porque se os Hyundais passarem a ser bons carros vao rivalizar com a Opel, com a Fiat e até com a Volkswagem. Lá estarão os mais atentos a exclamar "ele está a comparar um carro coreano a um alemão... herege!".







Calma. Eu passo a explicar. Já viram bem o i30? A traseira não vos lembra outro carro alemão? Olhem bem perto. Ainda não? Então meus caros, deixo-vos no final do post o link sobre doenças oftálmicas. A traseira é practicamente plágio do Série 1. Como vos disse, a Hyundai está a mudar... Para melhor! O novo i30 deixa o Kia Cee'd num canto, pois é mais sóbrio. É claro, os materiais continuam a ser os mesmos usados nas máquinas de café do Lidl e o motor é tirado de um carro da Nikko. Mas está a ir na direcção certa.



Um dos carros que me surpreendeu foi o Fiat Grande Punto. Eu sei, eu sei, já é de 2005, mas vejam o nome do post. Grandinho o suficiente para ser útil, bonito o suficiente para as raparigas vos escolherem em vez do tipo que tem o Saxo kitado. Tem inspiração típica italiana, é funcional, e o motor não é mau de todo, ficando apenas atrás do Clio em termos mecânicos. Mas em estética, os italianos ganham por maioria absoluta!




O Jaguar XF foi outra das novidades. Este irá ser o grande rival do Classe E e do Série 5. É bom, é bonito e é britânico. Mas voltando à primeira das referências, a grande estrela foi o Reventón. Já imaginaram o que seria conduzir um F-117 na A1? Se forem um dos 20 sortudos ricaços, vão saber. Vão estar mais de um milhão de euros mais pobres mas muito mais contentes ao volante deste que é, basicamente, um caça stealth com matrícula.




Desculpem saltar de tema, mas vou voltar ao Punto. Mas gostei, muito. Mesmo. Aconselho vivamente a quem queira um carro que não vos vai entediar. Esqueçam os franceses da Renault, Peugeot, Citroën e afins, ou mesmo os alemães mascarados de espanhóis da Seat. Querem um carro bonito, mas bonito mesmo? Vão a Itália! Punto final.

The boys are back in town!

O derradeiro programa de automóveis... Não. O derradeiro programa de toda a televisão está de volta! Jeremy Clarkson, Richard Hammond e James May voltaram em grande.

O primeiro episódio da décima temporada passou na BBC 2 no passado domingo e o segundo será já amanhã. Quem tem BBC 2, sorte! Quem não tem, YouTube!

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

S stands for Spectacular!

DBS


O novo Aston Martin que Bond usou em Casino Royale foi finalmente anunciado por meio de um press release da marca britânica. O novo DBS tem a plataforma VH usada no DB9 e uma versão mais civilizada do motor do Vanquish S (com "apenas" 520cv em vez dos 530cv debitados no Vanquish S). Ou seja, pega-se na melhor plataforma do melhor carro e dá-se um "jeitinho" mais desportivo à aerodinâmica e prestações, faz-se a ponte entre o V12 de 6 litros do DB9 e o do Vanquish... O que resulta desta mistura?

ISTO!






BMW Films

Em 2001 a BMW teve a excelente ideia de fazer curtas metragens para serem vistas na internet. A este ponto pensam "Ok... BMW a fazer filmes, deve ser bom". É melhor! Estes oito filmes da série The Hire, com Clive Owen na personagem do condutor são simplesmente espectaculares. Não apenas no seu conceito, mas na sua realização, edição e nos actores que neles participam.
Estes filmes eram disponibilizados gratuítamente no site BMW Films, mas já não se encontram nem para visualização nem para compra do DVD (que era oferecido a clientes da marca). Felizmente há um pequeno site chamado YouTube que nos dá a chance de ver ou rever estes espectaculares filmes!

Aqui ficam os três favoritos do Supercharged:

The Hire: The Follow

Com: Clive Owen, Adriana Lima, Mickey Rourke e Forrest Withaker
Realizado por Wong Kar Wai



The Hire: Star

Com: Clive Owen, Madonna, Michael Beattie
Realizado por Guy Ritchie



The Hire: Beat The Devil

Com: Clive Owen, James Brown, Gary Oldman
Realizado por Tony Scott

Supercharged is back!

Desde já as minhas desculpas pela demora, mas estamos de volta!

Visitem-nos em breve para novas críticas, testes e antevisões.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Série 1

O mais pequeno dos BMW veio substituir o (muito) pouco charmoso Série 3 Compact, que na minha honesta opinião sempre pareceu uma saloon que ficou entalado entre um camião e um autocarro. O Série 1 foi construído de raíz como um hatchback desportivo, rivalizando com o Audi A3 ou o Volkswagen Golf. Foi construído como um BMW deve ser, focado para o prazer de condução.


A última vez que estive ao volante do Série 1 foi há cerca de mês e meio - um 120d. Esta versão em específico tem um motor 2.0 diesel (1995cc), que desenvolve 177cv às 4.000rpm e 350 N-m de binário disponível a partir das 2.000rpm. A acelaração dos 0 aos 100 km/h dá-se em 7.8 (longos) segundos e tem 228 km/h de velocidade máxima. Ok, não é exactamente a versão mais desportiva, mas deu a ideia do que esperar do automóvel. Este 120d também é surpreendentemente limpo e económico, com uma média de 4.4l/100km. Por fora tem um design agradável. Não é apaixonante como o Série 6 (eu gosto do desenho da traseira, digam o que disserem) mas desperta aquele sentimento bom ao vê-lo.

A melhor cor para o Série 1 é definitivamente o preto, com as jantes de liga leve V 217 de 18". Enfim... São gostos. Comparativamente não é o mais bem parecido do seu segmento - o Audi A3 Sportback tem essa honra. No interior o desenho segue o exterior. É bom, mas não é óptimo, como se esperava de um BMW. Temos bastante espaço e a posição de condução é a ideal. A versão com menos "engenhocas" é suficiente para quem gosta de um carro feito para conduzir! Só tenho um reparo a fazer: a posição do travão de mão podia ser melhor, está demasiado perto do banco. A caixa de 6 velocidades manual satisfaz o mais sporty dos condutores. A qualidade dos acabamentos é soberba. Este Série 1 é construído como todos os bons carros alemães - sólido como uma rocha! Muito melhores do que aqueles encontrados num Opel Astra ou Ford Focus.



Concluíndo: o Série 1 é uma opção válida para quem procura um exemplo de inspiração desportiva, com utilidade e economia, e está disposto a gastar mais um pouco no símbolo. Afinal é um BMW. E isso é bom, certo? JN


Imagens: BMW Portugal

Microeconomia

O novo MINI, relançado pela BMW depois de adquirir a marca, já não é novidade: MINI One para as senhoras que sempre o acharam "adorável" e que querem uma opção económica, e o MINI Cooper S para os rapazes que acham que cruzar o carro do Mr. Bean com um foguetão é boa ideia. Pois agora há outra opção: o MINI Cooper D.

Por fora é exactamente igual a qualquer exemplar da mais recente versão do pequeno inglês. O primeiro MINI a diesel tem nada mais nada menos que um 1.6 de 4 cilindros com 16 válvulas e desenvolve 110 cv às 4000 rpm. Nada mau para um carro que pesa pouco mais de uma tonelada.

Mas o ponto forte do motor a diesel são os seus 240 N-m de binário (260 em overboost) disponível logo às 2000 rpm que o seu pequeno motor desenvolve, o que parece mais que suficiente para as necessidades de um carro tão pequeno. A acelaração não é má, indo dos zero aos 100 km/h em 9.9 segundos. E tendo em conta que o consumo misto é de 4.4 lt /100 km as coisas parecem melhorar.

A caixa de 6 velocidades manual é, na minha opinião, demasiado. Tendo em conta o limite do motor uma caixa de 5 velocidades seria suficiente - mas sendo este MINI um alemão infiltrado em terras de Sua Majestade a BMW optou por primar na performance... Num MINI... Diesel.

Esperamos agora pela opção de uma caixa automática, pois este não é exactamente um desportivo. Quando estamos num MINI Cooper D queremos estilo, economia e conforto. A caixa manual adapta-se mais ao estilo de condução num Cooper S, por exemplo. Mas também há que olhar ao orçamento do comprador. Uma caixa automática iria aumentar o preço de um automóvel que só por si já é algo caro - começando nos 26.500€. Mesmo assim é (bastante) mais bonito e mais charmoso que um BMW Série 1, é mais ilustre do que um Smart Rodaster, é mais exclusivo que o agora extinto MG TF e bem melhor que qualquer proposta vinda do oriente. Por isso é uma opção válida para quem quer algo diferente, sem sair muito do conformismo. JN

Site oficial MINI: http://www.mini.pt/

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Os melhores dos melhores

Vamos apresentar no decorrer desta semana os dez melhores automóveis do mundo. Aqui vai o nosso 10º lugar.

LAMBORGHINI MURCIÉLAGO LP640


Em 2001 o mundo viu o renascer de uma marca que fez vibrar muitos rapazes durante os anos 90 , incluindo a mim próprio - e que dominava os posters pendurados nas paredes do quarto: a Lamborghini. Conhecida principalmente pelas suas máquinas "vistosas" e rápidas, foi adquirida pelo grupo VW, que por sua vez transformou o que anteriormente era apenas "fogo de vista" numa autêntica explosão!

O LP640 é a evolução do Murciélago de 2001, com o seu "humilde" V12 e tracção às quatro rodas. Apresentado em março de 2006 durante o Salão Automóvel de Genebra, o Murciélago viu o seu V12 passar de 6.2 para 6.5 litros, um aumento no binário de 10 N-m para os 660, e a potência de 580 para 633cv. E em vez de ir dos 0-100 em 3.8 segundos, agora este monstro consegue fazê-lo em 3.4 segundos!

Desde 2001 que os Lamborghini estão mudados. Tanto o Murciélago como Gallardo (que vê agora também uma actualização com a versão Superleggera) perderam algo daquela mística que os separava do Ferrari F40 ou do Testarossa. Estão ligeiramente mais bonitos... Agora todas aquelas linhas fazem sentido. E as entradas de ar do motor, em vez de tentarem imitar um F14 parado num porta-aviões, só abrem quando necessário a altas velocidades. O que faz dele um carro eficiente também. Mas não se iludam - continua a ser um espectacular automóvel, diferente de tudo o que já foi feito! JN

Top Supercharged (2)

Estamos de regresso com a melhor música para o volante!

Bring 'Em Back Alive - Audioslave

We're Not Here - Mogwai

Speed Me Towards Death - Rob Dougan

I Like The Way You Move - Bodyrockers

Don't Stop Me Now - Queen

Para a semana há mais!

segunda-feira, 4 de junho de 2007

DB9



"Motoring perfection" - Foi assim que Jeremy Clarkson o descreveu quando os rapazes do Top Gear fizeram uma corrida dos estúdios do programa até Monte Carlo. O Captain Slow e o Hamster foram de comboio e o Jeremy levou o DB9. E haverá mais alguma maneira de o descrever?







O DB9 é de facto o derradeiro Aston. Sei o que estão a pensar: "Mas o Vanquish é mais potente". Têm razão. Mas também é mais pesado, e tem problemas com a caixa de velocidades. "Mas o James Bond conduziu um!". Também têm razão, mas o Vanquish que o 007 conduziu em Die Another Day era "ligeiramente" modificado. O V12 de tracção traseira foi substituido por um V8 de tracção às quatro rodas, para reduzir o espaço ocupado pelo bloco, dando lugar a todas as engenhocas. Mas há males que vêm por bem: ao substituir o V12 por um V8 4WD foi possível colocar uma caixa manual "como deve ser" no lugar da existente no carro de fábrica, além de tornar possível controlar o carro no gelo. Mas paremos de falar do Vanquish. O derradeiro Aston é o DB9.



A caixa do DB9 funciona melhor que a do irmão mais velho porque em vez das patilhas no volante estarem ligadas a uma caixa manual como no Vanquish, estão ligadas a uma caixa automática de seis velocidades. O que embora torne a condução menos "divertida", acaba por ser uma vantagem face ao problemas da caixa do Vanquish. Embora o motor seja o mesmo V12 de 6 litros, o Vanquish tem mais 70 cv de potência. Mas se considerarmos que o DB9 é mais leve... Faz dele mais potente por tonelada que o "supercarro", embora seja um Grand Tourer.



O DB9 surgiu com o sucessor do DB7. O DB7 partilhava na altura a mesma base do Jaguar XJ, mas numa pele mais desportiva. O seu sucessor foi de tal maneira inovador face ao DB7 que lhe chamaram DB9. Agora que a Aston já não pertence à Ford veremos a estreia de um novo Aston completamente diferente dos predecessores, mas até lá o DB9 continuará a ser, na minha honesta opinião, o melhor automóvel do mundo. O Veyron pode ser mais rápido e (muito) mais caro, um Bentley Continental GT pode ser mais exclusivo e requintado, um Ferrari pode ser mais vistoso e barulhento... Mas serão melhores? A resposta é simples: não.

Olhem bem para ele. Tem as proporções certas. As linhas são impecáveis. O interior é o melhor sítio do mundo para se estar. Este carro não é apenas um espectacular feito de engenharia e uma obra de arte de design. É muito mais. É o derradeiro Aston Martin.
Deixo-vos agora um pequeno vídeo cuja banda sonora eu "editei" ligeiramente.



segunda-feira, 28 de maio de 2007

Top Supercharged

TOP 5 SUPERCHARGED

Vamos aqui apresentar semanalmente cinco músicas ideais para ouvir ao volante. Esta semana começamos com:

"Show Me How To Live" - Audioslave

O tom certo para viagens longas. Dá-nos a sensação de estarmos num Shelby GT500 nas intermináveis estradas americanas, quando na realidade estamos num Clio presos no tabuleiro da 25 de Abril. A prova que as boas músicas para se ouvir ao volante não foram todas feitas há vinte anos atrás.

"Red Light Spells Danger" - Billy Ocean

Talvez como influência de a termos ouvido no especial Top Gear of the Pops, tocada pelos rapazes do Top Gear e cantada pelo Justin Hawkes, ex-vocalista dos The Darkness... Mas a original é a melhor companhia ao volante.

"Live and Let Die" - Guns n' Roses

Uma versão mais pesada do tema de um filme de James Bond? Interpretada pelos Guns? I rest my case.

"Sultans of Swing" - Dire Straights

O ritmo faz lembrar um som de um comboio em viagem, é constante. Uma companhia indespensável.

"Black Betty" - Ram Jam

Porque quando a ouvimos pensamos num Chevy Camaro de 1967 preto, e o som de um V8 como música de fundo, numa boulevard junto à praia.

sábado, 26 de maio de 2007

A definição de velocidade





Velocidade:

do Lat. velocitate
s. f.,
qualidade de
veloz;
distância percorrida na unidade de tempo;
celeridade;
presteza;

Veyron.





É difícil encontrar palavras ou expressões para o descrever. O carro de produção mais veloz do mundo. Bugatti Veyron.

Motor W16 de 8.0 litros com quatro turbocompressores com quatro filas de quatro cilindros cada. 1001 cavalos de potência. Velocidade máxima registada de 407.5 km/h. Acelaração dos 0 aos 100 em 2.5 segundos. Tracção às quatro rodas. Caixa manual sequêncial de 7 velocidades com embraiagem dupla. 1890 kg de peso e uma relação peso/potência de 529cv por tonelada. Binário máximo de 1250 N-m.

Quase impossível de conceber.

O enorme motor gera uma grande quantidade de calor (como é possível de imaginar). Por isso, e citando James May, "é por isso que o seu carro tem um radiador, e este carro tem dez".



Mutante Auto




Aposto que quase todos já vimos pelomenos uma geração do Golf, talvez até mais. Muitos de nós até já o conduzimos, e gostámos. Como todos os carros alemães é sólido, fiável e confortável. Serviu até de base para o anterior Audi TT. Gostamos do Golf. Estão a ver tudo o que sabem sobre o Golf? – Esqueçam.





Este é o Golf GTI W12. Sim, W12. Não, não me enganei, W12. Não estão a ver? Ok. Imaginem um V6. Potente, desportivo, e… Potente. Agora metam dois V6 lado a lado. O resultado? - ISTO!





Este pequeno monstro tem nada mais nada menos que o W12 de 6.0 litros do topo de gama Phaeton, e como se não bastasse, ainda lhe juntaram dois turbocompressores, montado a meio do quadro. Tudo isto a desenvolver uns tremendos 750nm de binário e 650 cavalos de potência às 6.000 rotações. 650!!!
Velocidade máxima de 325 km/h e uma acelaração dos 0 aos 100 em 3.7 segundos! É de doidos!
-
Mas...
Por tudo isto há um preço a pagar. Com um ar daqueles um concurso de beleza não ganha de certeza. E depois vem a questão óbvia: porquê?

Sim. Porquê por 650cv num Golf? Apesar da sua altura ao solo ser a mesma que o comprimento médio de uma unha do dedo grande do pé e que o motor esteja montado a meio, à lá superdesportivo, ele não o é. E pensando bem, o carro é pequeno demais para ser eficiente contra um supercarro de puro sangue. Digam o que disserem, este era um pequeno familiar que foi genéticamente alterado. Um superdesportivo é construído à volta do motor, não é moldado à vontade do fabricante. É desenhado a pensar no condutor.

Porquê? - Porque alguém pensou "sabem o que era mesmo engraçado? Era pegar no carro da minha sogra e meter-lhe o motor do carro do meu patrão! A velha vai aprender que comigo não brinca!"

De qualquer modo o que interessa é que o mais certo é não vermos um carro destes nas estradas portuguesas. Vai apenas servir de inspiração para rapazes com bonés de lado montarem placas de fibra de vidro mal moldadas nos seus Golf Mk. IV 1.4 L como se fossem entradas de ar laterais para um motor que (só por acaso) fica na frente do carro. Ficará a queimar borracha nos sonhos de miúdos que pensam que TD é melhor que DB.

Veredicto final: 6.5 em 10

Uma ideia de quem gosta de fazer com que as coisas aconteçam, mas sem pensar nas consequências.